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Infestação de Insetos

Produzir em hidroponia não significa, necessariamente, produzir sem agrotóxicos. Mesmo em hidroponia, ocorrem doenças e ataques de insetos. Naturalmente que as ocorrências são esporádicas, pois as plantas são mais protegidas das adversidades do clima, dos patógenos e dos insetos, além de serem melhor nutridas durante o ciclo.

Por outro lado, uma estufa mal planejada, ou um manejado inadequado das cortinas, ou ainda uma solução nutritiva com problemas, pode favorecer o ataque de doenças. Um ambiente quente, úmido e mal ventilado é "doença na certa". Na hidroponia, uma vez estabelecida a doença, seu alastramento é rápido e fulminante. O mesmo acontece quando se permite o ataque de insetos.

Uma vez estabelecido uma infestação, tem-se que tomar medidas rápidas de controle, principalmente quando se pretende produzir sem agrotóxicos. Por isso, tem que estar atento, e não é qualquer empregado que se dá o luxo de olhar cada planta diariamente.

No caso de ataque de insetos e com a experiência do LabHidro, sugere-se:

  • Vistoriar diariamente cada bancada, sempre tendo uma lupa 20x no bolso, de preferência no chaveiro ou na polchete;
  • Conhecer cada inseto que costuma visitar a estufa;
  • A presença dos primeiros exemplares de pulgão (Myzus persicae e Aphis gossypii), trips (Trips tabaci e Trips palmi) e mosca minadora (Liriomyza), sempre significaram infestações fulminantes no LabHidro, caso não fosse tomada um conjunto de providências;
  • Com relação a mosca minadora, o LabHidro fez uma descoberta mundial, gerando uma dissertação de mestrado. Ao tentar aplicar chá de macela para controlar uma infestação de pulgão, controlou-se a mosca minadora (comum em cultivo protegido, durante o verão);
  • O pulgão tem sido um caso sério, difícil de controlar. Embora, quase todos insetos podem ser evitados, caso seja efetivado a aplicação contínua e preventiva de chá de macela, por exemplo. A melhor forma de controlar, quando já iniciou a infestação, é na bancada intermediária quando as plantas ainda são novas, seja com altas e freqüentes doses de chás, seja com algum defensivo mais brando. Em algumas oportunidades, o LabHidro utilizou o SBPâ, aquele mesmo utilizado para mosquito no quarto de dormir. Aplicou-se à noite, sem ventos, com jatos dirigidos horizontalmente a cerca de 60-100 cm de altura sobre as bancadas intermediárias. É difícil a catação manual pois o pulgão ataca as folhas do miolo da planta;
  • O trips já causou duas perdas de produção ao LabHidro. Verão tornou-se sinônimo de trips. Neste sentido, o LabHidro avançou bastante. É um verdadeiro arsenal contra os trips: catação manual, manter o ambiente umedecido, colocação de filme plástico amarelo (igual aos plásticos preto encontrado em lojas de material de construção) próximo as bancadas pincelados com óleo de soja sem cheiro, isolar a mudas novas, não permitir infestação na bancada intermediária, pintar o que for possível de alumínio, retiradas de plantas ornamentais malvaviscos dos arredores, pulverizar álcool puro a noite no chão (nunca nas plantas), acelerar as colheitas ao mesmo tempo em que atrasa o transplante das bancadas intermediárias para as bancadas finais, retirar imediatamente todos restos de cultura.