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TEM SIDO UMA BATALHA E TANTO:

(acompanhe aqui nossa luta, no passado)

A final, tentar produzir sem agrotóxicos não é fácil -

Foram 1,5 anos convivendo com o Pythium, o mais poderoso dos fungos já verificados na hidroponia.

O Pythium é um fungo de solo, ataca a raiz das plantas, sem penetrar nas mesmas. Ao introduzir alguma planta contaminada na hidroponia ele pode acabar infestando todo o sistema, caso as condições lhe sejam favoráveis.

Tudo começou por volta de agosto/2002. Passamos quase 6 meses sem saber direito o que estava acontecendo com as plantas. Em dez/2002 descobrimos que era Pythium.

CRONOLOGIA:

As raízes da alface não cresciam. O sistema radicular era ralo e se resumia à uma fina penugem (uma para cada lado do canal de cultivo). Lembra uma pena retirada do rabo de um galo. A coloração vai de marrom claro a marrom escuro a preta, conforme avança o processo de morte da raiz. As raízes arrebentam "só de pensar em mexer".

As plantas não cresciam (principalmente as lisas e americanas). Todas ficavam com as folhas mais velhas bastante amareladas e esbranquiçadas. As plantas murcham com facilidade. Olhando para a bancada, vê-se: crescimento irregular, plantas paralisadas (algumas completamente estagnadas e morrendo aos poucos, outras maiores, e a maioria pequenas), plantas retorcidas, aspecto de velhas porém pequenas. Em algumas folhas amareladas (as de baixo) forma-se uma espécie de "V" que é mais esbranquiçado ainda. As duas linhas do "V" saem do ápice da folha (ponta) e vão fechando em direção a nervura principal.

Foi um ano difícil, 2003. Muitas foram as batalhas, com muitas vitórias e muitas derrotas: uma típica "quebra-de-braço". Chegamos ao ponto de, em jan/2003, matarmos "da cura" toda produção (aplicamos uma superdose de Peróxido na solução nutritiva e ainda liberamos após 6 min para as plantas: oxidou as raízes). A tática, como sempre, foi conviver com o intruso até conhecê-lo melhor e ganhar tempo para, então, achar a solução.

Mas em janeiro deste ano de 2004, finalmente, vencemos uma batalha. Foi por meio de CONTROLE BIOLÓGICO. Utilizamos o Trichoderma: um fungo que é inimigo natural de vários outros fungos danosos (pronuncia-se "tricodérma"). No comércio, há dois tipos: em pó e líquido. Utilizamos o líquido ( O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. ).

Hoje, é como nos velhos tempos: raízes brancas, fortes e em abundância. Agora, como prevenção, inoculamos na solução nutritiva alguns mL's. A dose inicial ainda é um enigma (iniciamos colocando 1.000mL/1.000L mas já admitimos que deve ser em torno de 100mL/1.000L apenas. A dose de prevenção tem sido de 50mL/1.000L (aplicado a cada troca total de solução nutritiva).

Como sempre, nossa primeira pesquisa é exploratória. O segundo passo é a pesquisa propriamente dita. Estamos nos preparando para iniciar algumas investigações.

ATENÇÃO 1: em meados de ago/04 tivemos uma seqüência de problemas (falta de luz...) e o "oportunista" (o Pythium, é claro) se manifestou. Então, voltamos a aplicar 1.000mL/1.000L na 1a troca total da solução; Depois, 500mL/1.000L na 2a e 3a troca total. Agora, no final de set/04, as raízes já estão branquinhas.

Pretendemos, manter 500mL a cada troca total e depois, com mais confiança, baixar para 250mL e, quem sabe 200mL/1.000L.

ATENÇÃO 2: estamos desde out/2004 com dose de 250mL/1.000L e as raízes continuam brancas "como raramente estiveram". Obrigado Senhor (Deus).

O OÍDIO nas alfaces desapareceu praticamente. Melhoramos a higiene na maternidade e nos locais de produção de manipulação das sementes. Pulverizamos álcool 70% (pulverizador de mão, 600mL) até nas latas de sementes, nos lápis de furar espuma...

Também, descobrimos que parte do amarelecimento das folhas baixeiras eram por deficiência de nitrogênio e não só de oídio (havia substituído o MAP por MKP. Claro que fizemos com auxílio do software HidroCalc/UFV de modo a compensar a redução do K no Nitrato de potássio ).

ATENÇÃO 3: no final de dezembro de 2004, observamos nova infestação do Pythium. Estávamos numa dose de 250mL para 1.000L. Outro detalhe importante: descuidamos da maternidade e do berçário (as vezes aplicava, as vezes não e em doses mínimas). Observamos que o berçário também estava infestado. Portanto, é provável que a infestação tenha ocorrido primeiramente no berçário e então contaminou a final.

Conclusão Preliminar: pelo menos no verão não dá para aplicar somente 250mL/1.000L na bancada final. Vale a pena aplicar dose ideal, 1.000mL/1.000L, na maternidade e no berçário a fim de imunizar as plantinhas antes de chegarem na final.

Ações Imediatas: aplicar a dose de 1.000mL/1.000L nas três fases (maternidade, berçário e final) durante todo verão.

Ações de Médio/Longo Prazo: manter por muito tempo a dose de 1.000mL/1.000L na maternidade e no berçário. Após o verão, e tendo controlado a infestação, manter por muito tempo a dose de 500mL/1.000L na fase final.

Resultados Esperados: pretende-se manter a dose que consideramos ideal (1.000mL/1.000L) na maternidade e no berçário já que o volume de solução é relativamente pequeno, portanto, mais em conta. Continuar tentando reduzir a dose na bancada final, onde o volume é maior e as plantas "chegariam" imunizadas. Esta redução seria de 1.000mL (aplicado quando o sistema está infestado) para 500mL e tentando chegar aos 250mL/1.000L.

OBS: Capacidade efetiva de nossos reservatórios e suas respectivas troca totais da solução nutritiva (além das corriqueiras correções):
Maternidade . . . . .  250L, com troca mensal
Berçário . . . . . . .    500L, com troca a cada 15 dia
Bancada Final . . . 2.000L, com troca semanal.

Todo rejeito da troca total é reaproveitado, pelo menos de duas formas:

(a) Engarrafado em frascos de água mineral 5L, os quais são muito procurados pela comunidade em geral, para utilizarem em vasos, violetas, orquídeas, bromélias, jardins, hortas, frutíferas, gramados em casas de praia, ornamentais...
(b) Repassado a outros dois professores para suas pesquisas em vasos (Prof. Pedrotti e Aparecido).

VEJA COMO ACABOU ESTA NOVELA, no item abaixo (estou colando aqui, o texto que coloquei em destaque mais no início desta home-page):

{ " ATENÇÃO: ótimas Notícias!!!!!!!!

NOVA ERA: BANCADAS INDIVIDUALIZADAS

Nossa Horta Hidropônica passou por exatos TRÊS ANOS de pesquisas para descobrir o que vinha, EVENTUALMENTE, derrubando nossas verduras (alface, rúcula e agrião forte).

Sabe o quê?

Era o cloro da água (utilizamos água tratada) e o cloro da água de limpeza dos canais de cultivo.

Estávamos pecando por excesso de cuidado.

Aposentamos nossa piscina de cloro!!!

Para chegar lá, contamos com a ajuda da empresa Fibratec (Araquari, SC) que nos forneceu várias caixas d'água de polietileno cinza, a baixo custo.

Isolamos cada bancada de hidroponia, ou seja, cada bancada com seu reservatório de solução e bombinha de esvaziar máquina de lavar roupa.

Tínhamos certeza que o aparecimento eventual de doenças (no caso, PYTHIUM) não fazia sentido. Isto porque, na hidroponia que desenvolvemos no Laboratório, a planta é equilibrada nutricionalmente. (inclusive, não utilizamos aqueles cock tail's de micronutrientes, os quais costumam desbalancear a solução). Sabemos que as doenças só aparecem quando algo está muito errado.

Oramos muito para isto! Obrigado a Deus!

Trabalhamos muito para isto!

Valeu bolsistas que, também, nunca desanimaram!

Obrigado a todos que nos apoiaram! " }

COM RELAÇÃO AO TRICHODERMA:

Pela nossa experiência e pelo relato daqueles que nos escrevem, o Trichoderma realmente faz as raízes reagirem quando as mesmas estão infestadas com Pythium.

Entretanto, este efeito é mais notório quando ele é aplicado pela primeira vez quando o sistema hidropônico está infestado.

Nos parece que, quando não há infestação, o Trichoderma tem pouco efeito pois não há "comida" (ou seja, Pythium) para ele.

Hoje, temos Trichoderma na geladeira e o colocamos de duas formas:

1) Somente de vez em quando (cerca de 2-3 meses), preventivamente, em pequenas doses (20-50mL/1.000L).
2) Se notar uma forte infestação (500 a 1.000mL/1.000L).